Primeira Leitura
Jobim já vai tarde
Depois que você ler este texto terá a impressão de que foi isso que gostaria de ter falado mas não encontrou as palavras. O texto é longo mas não coloco links. Copiei na íntegra. É o PRIMEIRA LEITURA. Depois você lê o que quiser.
RESUMO - Ex-ministro do Supremo se despede com o discurso pautado pela Síndrome Dalva de Oliveira: “Errei, sim, manchei o teu nome...”. Não cola. Ele disse que só erra quem faz. Está errando de novo, mesmo agora, quando não está fazendo. Eu só espero que ele não decida ser caseiro. Prefiro o Francenildo. E também vai um recado para Angela Guadagnin: o problema está em ser feia por dentro. Por Reinaldo Azevedo
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Nelson Jobim, felizmente, despediu-se do Supremo Tribunal Federal. Agora só vai ser político. Ainda bem. Se ele anunciasse que iria ser caseiro de algum poderoso, eu não o estimularia. Gosto dos que temos. Um presidente de corte que não pode ser caseiro porque lhe faltam, em vez de lhe excederem qualidades, está com problema. Em seu discurso, numa solenidade em que foi agraciado com a Grã-Cruz do Congresso Nacional (como assim?), mostrou que foi acometido do que costumo chamar de “Síndrome Dalva de Oliveira”. Saiu-se com o seu “Errei, sim/ manchei o teu nome...”, numa alusão à música de Ataulfo Alves.
Quero alertar os políticos: chega de conversa mole e de clichê.
Vejam o que disse o político Jobim sobre sua atuação como chefe máximo da Suprema Corte: “Só comete erros quem faz, porque quem não faz não comete erros, critica”. Errado. Aplicado o conceito, como critério absoluto, à vida pública, trata-se de uma visão totalitária de mundo. Querem ver? Imaginem Costa e Silva comentando o AI-5: “Só comete erros quem faz, porque quem não faz não comete erros, critica”. Saddam Hussein explicando por que mentiu, plantando falsas evidências de que tinha armas de destruição em massa: “Só comete erros quem faz, porque quem não faz não comete erros, critica”. Bush explicando o desastrado pós-guerra no Iraque: “Só comete erros quem faz, porque quem não faz não comete erros, critica”. Vou para o extremo. Hitler sobre o Holocausto: “Só comete erros quem faz, porque quem não faz não comete erros, critica”. Stálin sobre a morte de 35 milhões de pessoas: “Só comete erros quem faz, porque quem não faz não comete erros, critica”. Mao Tsé-tung sobre o extermínio do dobro disso: “Só comete erros quem faz, porque quem não faz não comete erros, critica”.
Quer saber, político Jobim? Leve seu mea-culpa autocomplacente e autoritário pra lá. Ainda que houvesse alguma virtude nesta bobagem do “erra, mas faz”, seria preciso admitir que o senhor errou demais por excesso de fazeção. Fosse mais comedido e mais conformado aos limites que o cargo lhe impunha, teria errado menos. Ocorre que o senhor decidiu usar algumas das prerrogativas de Poder Moderador que ainda subsistem no Judiciário brasileiro para tentar encabrestar o Legislativo.
O seu mau comportamento na sessão que julgou se era ou não pertinente que Dirceu fosse processado pela Câmara por conta dos atos que praticou no exercício da chefia da Casa Civil entra, creio, para a crônica do que um juiz não deve fazer. Como não deve dar-se ao desfrute de criar marola, evidenciando as suas escancaradas pretensões políticas. E repare: não estou aqui entrando no mérito do seu voto. Se só uma opinião fosse possível a respeito daquele caso, julgamento para quê? Refiro-me à constância com que o senhor interrompeu a exposição de motivos dos seus colegas (os que eram contrários a seu voto pró-Dirceu, é claro) e o seu absolutamente notável esforço para condescender com os motivos do então querelante.
Mais: Primeira Leitura apurou que o senhor, depois de ver derrotada a pretensão do agora ex-deputado, telefonou para ele num ato de solidariedade. Louvo a sua lhaneza. Mas, naquela hora, ela era incompatível com a toga. Um discípulo de Montesquieu também não telefonaria, na eleição para a presidência da Câmara, cabalando votos para Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). Se é para escolher clichês, em vez do “erra, mas faz”, melhor ficar com o “cada macaco no seu galho”.
Alguns colegas meus até poderiam dizer que este texto é desnecessário porque o senhor já é passado, já é, como diria Guilherme, o frei cientista de O Nome da Rosa, “carne queimada”. Não acho, não. O Executivo mais eivado de ilegalidades da história republicana também contou com o Judiciário mais heterodoxo. E, não por acaso, o conjunto coincidiu com a pior legislatura de que se tem notícia. Viu-se uma verdadeira conspiração de minoridades. Assim, além de este texto saudar o fato de o senhor estar fora do Supremo, uma ausência que, sem dúvida, soma, também é preciso que ele sirva de advertência para o que está em curso.
Ora, todos sabemos que juízes são humanos e, pois, passíveis de erro. Mas são pagos justamente para que tenham menos fraquezas do que jornalistas, caseiros e até ministros de Estado. Claro: sempre restará a pergunta de padre Vieira: “Mas quem remedeia os remédios?”. Quem se encarrega de pôr o guizo no pescoço do Judiciário se este, em vez de julgar, se torna parte do jogo político e, pois, uma das forças em disputa? Há alguns mecanismos, como o controle externo, que não cuida exatamente do conteúdo das sentenças, mas gerencia, digamos, a eficiência do Poder. É pouco. É por isso que as democracias, sabiamente, usam aquela tripartição que vem de Montesquieu e cria espaços institucionais para que os Poderes sejam independentes e harmônicos.
O presidente de uma Suprema Corte que não nega, mas antes estimula, a suposição de que está de olho do cargo de vice na chapa do presidente continuísta mandou para o diabo a independência — e note bem: por mais independente que fosse. Um presidente do Supremo que impede, com liminares, que a CPI exerça o seu trabalho e seja um dos instrumentos da minoria para vigiar o Executivo investe é no conflito entre Judiciário e Legislativo, e não na harmonia. Não adianta ter apenas o nariz de um Montesquieu.
Guadagnin Ainda em 2002 escrevi um texto chamado Zeitgeist demonstrando como o petismo era o emblema do espírito de um tempo. Diga e faça as maiores barbaridades e depois saia gritando: “Não aceito preconceito! Não aceito ser patrulhado!”. Jobim, como se vê, acata como seus todos os acertos e joga os erros na conta de seu temperamento muito operativo (ele erra porque faz) e humano.
Já a deputada Angela Guadagnin (PT-SP), aquela que fez a Dança do Mensalão, acredita que foi criticada porque é gorda, petista e não tinge o cabelo.Há nisso duas ordens de problemas, deputada: se for para julgar seu bailado, é inegável que, sei lá, Luana Piovani o faria com mais graça, assim como Reynaldo, o Gianecchini, ficaria melhor numa propaganda de xampu (ou qualquer outra) do que Reinaldo, o Azevedo. Ocorre que a importância da estampa, na minha profissão, é tão irrelevante quanto na sua. Posso garantir à senhora que, caso eu estrelasse um comercial da Marisa para vender lingerie feminina, conseguiria, no máximo, matar de vergonha minha mulher e minhas filhas.
Prefiro que me julguem por meu texto. Vivo disso. Se me comporto como garoto-propaganda e alguém me ataca porque me acham feio (nem tanto...), não posso alegar que quem está sendo discriminado é o jornalista. A população julga o seu trabalho como deputada, e acho razoável que fique indignada ao vê-la se comportar como a pin-up do mensalão. Fique certa: a mais bela das mulheres executando os passos daquela dança macabra não seria mais bonita por dentro do que a senhora. E é muito provável que começasse a enfear por fora.
A verdade é que a senhora dançou, deputada.
[reinaldo@primeiraleitura.com.br] Publicado em 29 de março de 2006.
Instinto Selvagem 2
Cenas do filme
Sharon Stone
Aqui a coisa é séria. Sacanagem é lá no Represália.
Não interessa se ela é coroa, panela velha é que faz comida boa
A atriz voltar a interpretar a escritora Catherine Tramell
Doze anos depois do primeiro filme, Sharon volta mais sensual
A atriz exibe uma excelente forma física aos 47 anos
Sharon Stone abusa de seus atributos físicos na produção
Esta deve ser a última vez que a atriz estrela uma produção do tipo
A raposa que deu certo
Metáforas, fábulas, histórias
Octávio CostaLeonel Brizola tinha o costume de ilustrar seus discursos com fábulas e metáforas. E quando a questão envolvia a economia nacional e o comando das finanças e do Banco Central por banqueiros ou executivos de bancos, Brizola citava sua metáfora predileta: "É o mesmo que botar a raposa para tomar conta do galinheiro". Há variações indignadas para o mesmo tema: vampiro no banco de sangue, criminoso na Secretaria de Segurança, etc... Porém, quem não tomou conhecimento de que hackers notórios são muito procurados para assumir a segurança de grandes firmas de processamento de dados? Muitas empresas contratam homens maus, para não empregar outro termo, para dar tranquilidade aos seus negócios. Mas há um antecedente histórico que é o maior exemplo.
Nos anos 20, nos Estados Unidos, um cidadão chamado Joseph Kennedy tornou-se administrador de carteiras de ações e enriqueceu graças a operações especulativas nas Bolsas de Valores. Alguns o acusavam de manipular o mercado, mas Joseph foi em frente, fez fortuna e criou um fundo de um milhão de dólares para cada um de seus filhos. Quando foi eleito em 1932, Franklin Roosevelt assumiu o leme de um país que ainda vivia sob os efeitos da depressão que se seguiu ao crack da Bolsa de Nova Iorque em 1929. Roosevelt decidiu, então, reorganizar o mercado de capitais e pediu a seus assessores uma nova regulamentação para as Bolsas de Valores. O trabalho ficou pronto em 1933, batizado de Securities Act, e propôs a criação de um órgão para fiscalizar o mercado: a Securities and Exchange Comission. O presidente aprovou a nova legislação e passou a buscar o nome ideal para presidir a nova instituição.
Não demorou muito. Quem melhor para o cargo do que Joseph Kennedy, o maior especulador do país? Roosevelt fez o convite, que foi imediatamente aceito por Kennedy. À frente da SEC em 1934 e 1935, o especulador puniu severamente todas as formas de manipulação nas Bolsas (ele as conhecia como ninguém, na verdade criara algumas delas). Em novas bases e com a rédea curta nas mãos de Kennedy, os investidores recuperaram a confiança no mercado, que voltou a crescer. Para muita gente, Joseph Kennedy é apenas o pai de John Kennedy, presidente americano que morreu assassinado numa rua de Dallas. Mas, para quem conhece a economia americana, o velho Kennedy foi o homem que implantou as sólidas bases do mercado financeiro dos EUA.
Em tempo de metáforas, nada como um bom exemplo histórico. Como mostrou Roosevelt,
a raposa é capaz de pôr ordem no galinheiro.
Perdido na China
Perdido na China
Antigamente houve um programa na televisão chamado Perdidos na Noite, pegando carona no título de um filme americano de cowboys lançado em 1969 cujo título original era "Midnight Cowboy". O programa era apresentado pelo Faustão num tempo em que ele ainda se chamava Fausto Silva e não era tão chato como atualmente.
O fulano da foto abaixo está simplesmente perdido na China. Acho que desde que achou essa placa ele já tem mais esperanças de se definir e vai pegar o caminho da direita. Ele não sabe para onde vai. Mas pelo menos é mais perto.
Foto de Thiago Ghilardi
Visitem o link acima. Tem galerias de fotos maravilhosas como essa. O próprio Thiago, dono da página, deu-lhe por título Where do I go now? (Para onde vou agora? - se me permitem traduzir). Aproveitem e conheçam o mundo através da lente do Thiago. E conheçam também sua história e sua proposta. É imperdível, como se diz. Passo a palavra ao aventureiro.
Informação Sobre a Viagem
Usando sòmente uma bicicleta, planejo percorrer aproximadamente 29000 km em mais de 28 países. Começando em Portugal e terminando em Águas de São Pedro, Brasil. A viagem irá demorar 12 meses começando em março de 2005. A distancia necessária para esse percurso é de 70 km por dia dependendo do clima, local e horário. Essa viagem será completada apenas por bicicleta, mas aviões e navios serão usados sempre que não for possível por bicicleta. A seguir, acompanhe um roteiro básico.
Histórias estranhas
Estratégia : como ganhar uma batalha ou comprar uma casa ou promover um militar
O Florisvaldo casou. E quem casa quer casa. Enquanto as vacas estavam magras pagou um aluguel. Veio um filho. Veio outro filho. A casa já não dava. O arquiteto amigo falou que não dava. Mas fazer uma casa nova ainda não era possível. O Florisvaldo resolver comprar uma. Usada. Conheceu um corretor de imóveis. Gomes Imóveis. O Gomes era militar reformado. Não se sabe qual a patente do Gomes. Nem vem ao caso.
O Florisvaldo visitou o Gomes e expôs suas necessidades. O Gomes lhe fez uma exposição de suas negociações. Havia vendido um apartamento para o tenente Rômulo que tinha ficado muito satisfeito. A casa que vendeu para o major Cristóvão também tinha recebido os maiores encômios da família compradora. Imóvel magnífico. E desfiou uma imensa relação de transações, E todas elas envolviam militares. Surpreendente, não?
O Gomes tinha uma vivenda (muito bom, vivenda!) para o Florisvaldo e combinaram de ir ver o imóvel. Preste atenção, amigo leitor, o Florisvaldo não era militar. Julguei então nulas suas possibilidades de negociar com o corretor Gomes, que só tinha livre movimentação no meio militar. O dono do imóvel era um certo capitão Cláudio(????).
O Gomes fez as apresentações : - Trouxe para ver a sua casa o tenente (?????) Florisvaldo. Está na medida para o que ele necessita.
Preste atenção, leitor, o Florisvaldo não era militar. E o Gomes só fazia negócios com militares. O Florisvaldo manjou logo a falcatrua. Mas para você, leitor, que ainda está atônito, não entendeu direito esta história e que sonha em ser um militar, mesmo não precisando de casa o Ministério do Absurdo adverte: contacte o corretor Gomes e ele vai te anexar logo uma patente, no mínimo de tenente.
No Mundo Dos Negócios
Pessoas de visão
De que adianta ser uma pessoa de visão se não houver algo que vale a pena olhar?
Homenagem à Bahia
Baiano é bicho preguiça?
Ninguém discrimina a Bahia. Eles é que tem orgulho de sua condição. Meu primo foi à Bahia. Me contou que em um restaurante havia o seguinte cartaz:
Não tenha pressa (ou, não se avexe, como diz o baiano).
Você está na Bahia!E vejam a divulgação feita pelo Governo da Bahia, Secretaria da Cultura e Turismo:
Se você quer agito, tem as festas. Se quer tranquilidade, tem as praias. Se não se decidiu, deita numa rede e resolve depois.
É coisa de baiano!
Pigmalião 2
Pigmalião - os filmes
Sinopse: Henry Higgins (Leslie Howard) é um professor de fonética que, juntamente com seu amigo, o Coronel Pickering (Scott Sunderland), resolve transformar Eliza Doolitle (Wendy Hiller), uma florista de rua inculta e sem o mínimo de educação exigido pela sociedade, em uma grande dama no espaço de três meses.
Premiações: Ganhou o Oscar de Melhor Roteiro, além de ter sido indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Leslie Howard) e Melhor Atriz (Wendy Hiller). A atriz Wendy Hiller foi escolhida pelo autor da peça teatral a qual Pigmalião é baseado, George Bernard Shaw.
Curiosidades: O orçamento de Pigmalião foi de US$ 350 mil
Ano de Lançamento (Inglaterra): 1938
Estúdio: MGM / Pascal Film Productions
O segundo filme - My Fair Lady
Sinopse: Um culto professor aposta com um amigo de que é capaz de transformar uma rude vendedora de flores numa dama da alta sociedade. Dirigido por George Cukor (Nasce uma Estrela) e com Audrey Hepburn e Rex Harrison no elenco. Vencedor de 8 Oscars.
Ano de Lançamento (EUA): 1964
Curiosidades: A personagem Eliza Doolittle chegou a ser oferecida à atriz Julie Andrews, mas o produtor Jack Warner recusou-se a contratá-la por ela ter se recusado a fazer um teste de cena para o filme.
O orçamento de My Fair Lady foi de US$ 17 milhões.
Refilmagem de Pigmalião (1938).
Pigmalião
Recebi hoje de um amigo uma história fantasiosa mas cujo mérito é a mensagem que encerra. Achei qualquer coisa parecida com a lenda de Pigmalião, que, aliás, nem sabia que se tratava de lenda. Li o livro de Bernard Shaw. Não vi "os" filmes. Mas pesquisei o texto abaixo. É, mal comparando, uma fábula para a qual você, amigo, com algum esforço, poderá achar a moral, a moral da história.A Mulher de Pigmalião
O escultor Pigmalião está desesperado. Solitário em sua oficina vazia, não tem mais vontade de começar nenhuma obra. A vida lhe parece monótona e desolada porque está sempre sozinho. É claro que poderia procurar uma mulher, mas não se interessa por nenhuma das que encontra. Seu coração está totalmente tomado por Afrodite, deusa da beleza e do amor. Só pensa nela, só sonha com ela. E vive tristíssimo por causa disso. Mas, de repente, Pigmalião lembra-se de que é um grande artista, muito famoso. E tem uma idéia que pode dar fim a seu desespero. Seu rosto se descontrai e, pela primeira vez em muito tempo, esboça um sorriso. Começa a trabalhar. Primeiro, sai pela cidade à procura do marfim mais belo, mais branco, mais brilhante que puder encontrar. Manda que lhe entreguem imediatamente esse precioso material e volta bem depressa à oficina. Prepara as ferramentas - buris e martelos - que há tanto tempo não usa para nada. Finalmente, chega o marfim. Dessa matéria inerte, seu cinzel criará uma maravilha, uma estátua de Afrodite como jamais se viu. Devagar, o artista aproxima-se do marfim e o acaricia. Então, decidido, escolhe as ferramentas adequadas e dá início à tarefa. Dia e noite, sem parar nem para dormir ou comer, Pigmalião modela a matéria dura. De vez em quando, dá uns passos para trás e admira sua obra. Uma noite, o escultor conclui o trabalho. Diante dele, no meio dos brilhantes pedaços de marfim espalhados pelo chão, ergue-se a imagem de uma mulher de beleza tão deslumbrante que nunca na Terra se viu ninguém igual. O artista fica maravilhado com sua própria criação. Mas é preciso aceitar a realidade: Galatéia - esse o nome que ele acaba de lhe dar - é matéria inanimada, incapaz de ter sentimento. Pigmalião suspira. Com todo o fervor, suplica a Afrodite que tenha piedade dele. Depois, exausto, deita-se. Enquanto ele dorme profundamente, Afrodite penetra na estátua. Com seu poder, faz de Galatéia muito mais que uma simples imagem de aparência humana. Transforma-a numa mulher viva, dotada de pensamento e emoção. O marfim frio e duro passa a ser carne macia e quente, e a vida brilha nos olhos de Galatéia. Pigmalião dorme um sono tão profundo que nem sonha. Mas começa a sentir no rosto uma carícia indefinível. Sem abrir os olhos, tenta espantar com a mão esse toque que o perturba. Sentindo estar pegando alguma coisa, dá um grito e acorda: Galatéia está diante dele, viva, com a mão apoiada na testa de Pigmalião e o punho preso na mão dele! Não é sonho. Afrodite atendeu a sua súplica. Agora o escultor tem uma mulher. Uma vida cheia de felicidade começa para Galatéia e Pigmalião.
QUESNEL, Alain. A grécia. Mitos e lendas. (Trad.: Ana Maria Machado). 6ª Edição. São Paulo: Editora Ática, 1996.
Adivinhe quem vem para jantar
O descanso da guerreiraCombativa, a senadora HELOÍSA HELENA costuma manter o punho cerrado 24 horas por dia para enfrentar o difícil mundo da política. No nosso estúdio (
revista Cláudia), ela relaxa, se permite uma pausa para um bom papo e solta o cabelo
Patrícia Zaidan fotos Nana Moraes
Ela criou para si uma imagem dura. Esconde a beleza juvenil - corpinho de 18 aos 43 - atrás dos óculos de míope e do cabelão preso. Heloísa Helena parece desejar que só vejam nela a senadora séria e temida. Leia mais.
Você está certo, errado é quem te dá razão!
'Não escolho adversário', diz Lula no ChileO presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado que não cabe a ele escolher o candidato do PSDB à Presidência da República e, mais uma vez, evitou dizer publicamente se vai ou não disputar a reeleição em outubro.
Questionado sobre qual seria seu adversário preferido em uma campanha pela reeleição, Lula se recusou a dizer se gostaria de enfrentar o prefeito de São Paulo, José Serra, ou o governador do Estado, Geraldo Alckmin.
“Não sou eu quem tem que decidir. Quem tem que decidir é o PSDB. Não sou filiado ao PSDB”, disse Lula, em Valparaíso, no Chile, onde assistiu à posse da nova presidente chilena, Michelle Bachelet.
“Não cabe a mim escolher. Quem vai escolher é o eleitor. Não escolho adversário”, acrescentou o presidente. “A eleição só vai preocupar a minha cabeça a partir de junho.”
O presidente Lula até evita as perguntas sobre eleições feitas pelos jornalistas (???), mas é que estes são pagos para deixá-lo na cara do gol. Com meia dúzia desses jornalistas no time do Vasco o Romário chegaria fácil aos mil gols.
Notícias da Aljazeera (2)
Chile empossa seu primeiro presidente mulherChile se prepara para empossar uma antiga ativista estudantil, já torturada e exilada pelas forças armadas do país, como seu
primeiro presidente mulher.
Michelle Bachelet, que já foi ministro da Defesa e da Saúde, descreveu a aceitação do Chile de um presidente mulher como
"histórico, um fato sem precedentes" e prometeu aumentar a participação da mulher no governo e na política.
Entre os presentes à posse de Bachelet no sábado estará Condoleezza Rice, a secretária de estado americana.
Helen Clark, primeiro ministro da Nova Zelândia, e Fatemeh Javadi, vice presidente do Irâ, também estarão presentes a cerimônia em Valparaiso.
Bachelet, mãe separada com três filhos, é o primeiro líder mulher da América Latina que não subiu ao poder com a ajuda de um marido poderoso.
Aí a gente se lembra da Hillary Clinton e da Marta Suplicy, entre outras.
Notícias da Aljazeera
Notícias que vão alterar a história da humanidade (3)
Sobrinha de Bin Laden será estrela de reality show
Osama bin Laden pode não aparecer na televisão tanto quanto antes, mas sua sobrinha "não é fraca não". Wafah Dufour Bin Ladin assinou contrato para apresentar-se em um reality show na televisão, sobre sua vida e sobre sua "busca pelo estrelato", por enquanto, pendente.
Dufour, que abandonou o Bin Ladin do nome, nasceu na California e educou-se principalmente nos Estados Unidos, mas viveu na Arábia Saudita dos três aos dez anos.
Dufour elogia o U2 e as bandas Depeche Mode e the Cure como suas influencias musicais. Aqui pra nós, uma coisa pelo menos ela tem em comum com o tio famoso: os dois gostam de
bomba.
Pizzaria Congresso
Acima de qualquer suspeita
A 50 metros da minha casa há uma boa e movimentada pizzaria. Ontem, dia 9 de março, à noite, não sei porque, resolvi dar uma de deputado federal (ou senador) e encomendei uma pizza de bacalhau. Pedi que entregassem para evitar, primeiro, o desconforto da espera e, segundo, que alguém pensasse que eu havia cometido algum ilícito. Estava deliciosa e custou menos que na pizzaria do Congresso. E eu não envergonhei ninguém.
Você sabe em quem está votando?
Suplente de senador do PL é preso durante operação da PFBRASÍLIA (Reuters) - A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira, em Brasília, o empresário Francisco José Gonçalves Pereira, mais conhecido como Chico Pneus, suplente do senador Magno Malta (PL-ES).
Segundo a assessoria de imprensa da PF, ele é acusado de integrar um grupo especializado em subfaturamento de mercadorias, descaminho e lavagem de dinheiro, que contaria com a participação de 300 empresas dos ramos de combustíveis, importação e exportação, mineração, agropecuária e construção civil.
As companhias, segundo a PF, estão instaladas nos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Sul.
Conforme a investigação, o grupo teria sido responsável pela importação por meio fraudulento de mais de 14 milhões de dólares em mercadorias nos últimos três anos.
Além de Chico Pneus, pelo menos mais oito pessoas entre empresários, advogados e servidores públicos foram presos. A ação, batizada de "Operação Esfinge", foi autorizada pela Justiça Federal do Espírito Santo.
Além das prisões, os policiais receberam a determinação judicial para o cumprimento de 22 mandatos de busca e apreensão.
Chico Pneus chegou a assumir o mandato no Senado entre dezembro de 2004 e abril de 2005, quando integrou comissões de Cidadania e Justiça e de Educação na vaga de Malta, que estava afastado para tratamento de saúde.(Por Áureo Germano)Inacreditável! Assustador!
O incrível Zorro
Neste blog não se fala em "Oscar" muito menos "BBB"
É incrível a falta de assunto de certos programas de televisão. Comentar as novelas do concorrente! É incrível também a falta de democracia nos lugares públicos onde existe um aparelho de televisão para distrair a clientela. Estão sempre sintonizados num mesmo canal, que eu não vou dizer qual é. Não é a democracia uma sociedade caracterizada por direitos e privilégios iguais? Todos são iguais perante a lei, mas uns poucos são "mais iguais".
Não comento o Oscar porque é coisa de cinema, e filme não é o meu fraco. Até tenho cópias do "Mr. & Mrs. Smith" e do "Original Sin", ambos com a Angeline Jolie, mas não tenho 2 horas disponíveis para assistir a um filme na tela do computador. Quem sabe, quando eu tiver um home theater? Até poderei relembrar meu herói favorito - o Zorro.
E, para terminar, algo que me ocorreu agora: de quê vivem os super-heróis? Quem os financia? Você colocaria um dinheiro na mão do Zorro?
Locupletemo-nos todos!
Vamos fazer um exercício de adivinhação? Nenhum político será penalizado. Nenhum. Todos são inocentes. Brant levou 102,8 mil. Absolvido. O deputado Professor Luizinho levou só 20 mil. Ilibado. O deputado Osvaldo Carimbão (trabalha em cartório?) do PSB de Alagoas deu o tom do que vai acontecer ao Professor Luizinho. Nada. O deputado Chico Alencar fez uma previsão do que vai acontecer. Nada. E leu um protesto da cantora Ana Carolina que está correndo a internet. Vocês devem conhecer. A rigor só foram punidos, só serão punidos os antípodas Jefferson e Zé Dirceu. O resto é história pra boi dormir.
E o Lula não sabe de nada. Escreveu uma carta consolando o jogador Ronaldinho. Deu conselhos como pai. Jogou conversa fora. Isso não vai mudar a história da humanidade. O cronista esportivo Washington Rodrigues achou que o presidente agiu muito bem. Eu acho que agiu muito mal. O Ronaldinho é riquíssimo. O presidente devia dar mais atenção ao povo, que não tem as prerrogativas do jogador. O cronista disse que o presidente é peladeiro. E todo peladeiro é bom caráter. Eu acho que há muito peladeiro mau caráter.
No momento estão votando a falta de decôro do Professor Luizinho. Eu não vou esperar. Já sei o bicho que vai dar.
Plenário da Câmara inocenta o deputado Roberto Brant no processo de cassação
A Câmara dos Deputados absolveu, na noite desta quarta-feira, o deputado Roberto Brant (PFL-MG), acusado de quebra de decoro parlamentar e de envolvimento no suposto caso do "mensalão".
Foram 283 votos favoráveis à absolvição, contra 156 favoráveis à cassação. Abstiveram-se de votar 18 deputados, e um apenas votou em branco.
Votaram, ao todo, 458 dos 513 deputados. Houve comemoração em plenário quando, durante a apuração, foi atingido o número de votos que garantia a absolvição de Brant.
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Brant pediu aos colegas que tivessem coragem de ir contra a opinião pública, chamada por ele de "monstro". "A opinião pública não é o povo, é muito menor que o povo."
Primeiro mundo é isso aí!
O alemão é um bom companheiro
Michael Keppeler/AFP/Getty
A 93 dias da Copa do Mundo, a Alemanha lançou uma campanha para tentar persuadir o povo alemão a ser amigável. Espera-se que pelo menos um milhão de turistas e fãs do futebol desembarquem no país em junho e julho, os meses da Copa.
Vinte mil outdoors com a imagem acima – o craque Franz Beckenbauer de braços abertos - estão sendo plantados em toda a Alemanha como parte da cruzada pela simpatia. “Infelizmente, não somos vistos como um povo amigável”, reconhece Beckenbauer, presidente do Comitê Organizador da Copa. “Temos que melhorar isso."
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Frattini disse que irá propor que cidadãos oriundos de países exportadores de prostituição ilegal recebam um visto de entrada especial da União Européia. Acredita ser esse o único modo de inibir o incremento na Europa do exercício da profissão mais antiga do mundo durante o período da Copa.
O sujeito não se arriscou a declinar os nomes dos países que considera exportadores do sexo fácil. Mas listou as regiões em que se localizariam: África, América Latina, Ásia e Leste Europeu. Parece brincadeira, mas Frattini leva a própria idéia a sério. Diz que vai submeter o tema a debate em reunião do conselho de ministros de Justiça e Interior da União Européia, agendada para abril.
Se a proposta de Frattini vingar, você que está pensando em viajar à Alemanha para ver o Brasil jogar, cara leitora, se arrisca a receber no passaporte um carimbo que a identificará como prostituta em potencial. Coisa de primeiro mundo.
A displicência e imprudência do Brasil
A AMAZÔNIA COBIÇADA (de fora) TOTALMENTE ABANDONADA (de dentro)(Hélio Fernandes - Tribuna da Imprensa)Agora que o governo resolveu oficializar o desmembramento da Amazônia, oferecendo a terra sagrada a quem "pagar mais", temos que voltar ao assunto, e com URGÊNCIA. Para isso nada melhor do que lembrar, repetir e republicar o que alguns bravos militares que conhecem a Amazônia a fundo falaram, escreveram, protestaram revoltados.
Peço que se leia com atenção o que o coronel Figueiredo lembrou na ABI, mostrando como o mundo inteiro está esperando ganhar o Prêmio Nobel da Cobiça com o nosso território. E nós, ouvindo calados, com exceção de algumas vozes.
1981 - "A Amazônia é um patrimônio da humanidade. A posse desse imenso território pelo Brasil, Venezuela, Peru, Colômbia e Equador é meramente circunstancial". Conselho Mundial de Igrejas Cristãs
1983 - "Se os países subdesenvolvidos não conseguem pagar suas dívidas externas, que vendam suas riquezas, seus territórios, suas fábricas".Margareth Thatcher, ex-primeira-ministra da Grã-Bretanha
1989 - "Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é deles mas de todos nós".Albert (Al) Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos"O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia".François Mitterrand, ex-presidente da França
1992 - "As nações desenvolvidas devem estender o domínio da lei ao que é comum de todos no mundo. As campanhas ecológicas internacionais sobre a região amazônica estão deixando a fase propagandística para dar início a uma fase operativa que pode definitivamente ensejar intervenções militares diretas sobre a região". John Major, ex-primeiro-ministro da Grã-Bretanha "O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes".Mikhail Gorbachev
1994 - "Os países industrializados não poderão viver da maneira como existiram até hoje se não tiverem à sua disposição os recursos naturais não renováveis do planeta. Terão que montar um sistema de pressões e constrangimentos garantidores da consecução de seus intentos".Henry Kissinger
1996 - "Atualmente avançamos em uma ampla gama de políticas, negociações e tratados de colaboração com programas das Nações Unidas, diplomacia bilateral e regional de distribuição de ajuda humanitária aos países necessitados e crescente participação da CIA em atividades de inteligência ambiental".\ Madeleine Albright, secretária de Estado dos Estados Unidos
1998 - "Caso o Brasil resolva fazer um uso da Amazônia que ponha em risco o meio ambiente dos Estados Unidos, temos de estar prontos para interromper este processo imediatamente".General Patrick Hugles, chefe do Órgão Central de Informações das Forças Armadas dos EUA
2005 - "A Amazônia e as outras florestas tropicais do planeta deveriam ser consideradas bens públicos mundiais e submetidas à gestão coletiva, ou seja, gestão de comunidades internacionais".Pascal Lamy, comissário da União Européia na Organização das Nações Unidas
PS - Tudo que está publicado aí foi dito com bravura e competência pelo coronel Figueiredo na ABI. Não pedi autorização a ele, ao jornalista Mauricio Azedo, nem a ninguém, porque a luta não é individual e sim coletiva. Só com esforço redobrado, triplicado e atento podemos sair vitoriosos.
PS 2 - Não custa repetir Charles Dickens em 1911: "Sou antiimperialista e apaixonado pela paz. Mas irei à guerra se invadirem o meu país".
Já combinaram com o povo?
Adesivo do PT: "Quem manda é o povo. Lula de novo!"BRASÍLIA - Bastaram duas pesquisas de intenção de voto mostrando a recuperação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para os petistas voltarem a sorrir. Em reunião realizada ontem, em Brasília, com 20 dos 27 secretários de Organização do PT, o adesivo "Quem manda é o povo. Lula de novo!" circulava de mão em mão. A iniciativa foi de militantes do partido no Paraná. Mas um detalhe chamou a atenção: o vermelho saiu de cena. Com fundo preto, a frase rimada exibia letras amarelas.
O secretário nacional de Organização do partido, Romênio Pereira, disse que a legenda promoverá outra campanha nacional de filiação, nos próximos meses, para atingir a marca de 1 milhão. Atualmente, o PT tem cerca de 870 mil filiados. Além disso, será lançada a campanha "PT 100%", com o objetivo de fincar estacas em aproximadamente 500 municípios onde a sigla tem pouca ou nenhuma representação.
"Estamos em pleno processo de recuperação de imagem", resumiu Pereira. Para ele, a crise política que atingiu em cheio o PT no ano passado deixou graves seqüelas, mas será superada nessa eleição.
Reeleger é absolver
Reeleger é absolver
Mauro ChavesVamos definir os termos: perdoar é relevar a culpa, absolver é negar a culpa. Quem perdoa reconhece a responsabilidade do culpado (ou a culpa do responsável), mas o dispensa de pena, por compaixão ou pela consideração de que "errar é humano". Mas quem absolve admite a improcedência das acusações, a injustiça da culpa imputada a um inocente.
Assim, perdoar é livrar da punição, enquanto absolver é impedir a condenação. Agora, o perdão supõe correção, emenda, mudança de comportamento e sobretudo negação da oportunidade de reincidência. Já a absolvição significa uma aprovação de conduta e, em conseqüência, um convite à sua repetição - pois por que mudar o que está certo, por que impedir que se faça de novo aquilo que se fez corretamente?
Eis, pois, que reeleger um governante não é perdoá-lo por suas falcatruas - próprias, de subordinados ou agregados -, mas sim absolvê-lo de todas as culpas (suas e dos seus) e admitir que ele faça tudo de novo. Se se tratasse de perdão, o maior benefício a ser feito a um governante faltoso seria conceder-lhe o direito de permanecer em liberdade (mesmo condicional ou vigiada), mas nunca o de continuar exercendo o mesmo poder para praticar as mesmas maracutaias.
Em nosso presente momento ético-eleitoral, reeleger é negar que tenha havido a compra de apoio político, de consciências e de votos. É contestar todas as evidências de corrupção, de desvios de recursos de estatais e de fundos de pensão,de superfaturamento de obras públicas, de burlas de licitações, de lavagens de dinheiro, de transações de numerário em balcões de agências bancárias suspeitas, de transporte de dinheiro vivo em pacotes, malas ou cuecas.
Reeleger - em nossas atuais circunstâncias político-governamentais - é aceitar, no fundo, a plena impunidade, a doce compensação do crime praticado, o desrespeito sistemático às leis vigentes, a locupletação privada proveniente do assalto às verbas públicas. É aceitar o trafico de influência - e o enriquecimento precoce dos que têm a filiação como maior qualidade técnico-empreendedora.
Reeleger é absolver os que propiciaram uma quebra calamitosa de valores, uma desmontagem completa de normas de civilidade no convívio social, uma desmoralização acachapante do esforço pessoal de aprendizado, uma liquidação acintosa dos critérios de promoção e desenvolvimento, segundo o mérito de cada qual - e não as espúrias conexões, etc. e tal.
Reeleger é absolver os responsáveis pelo peso de uma carga tributária sufocante, esterilizante e imoral, porque sem correspondência alguma com a qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos. Reeleger é absolver os empedernidos mantenedores dos juros mais estratosféricos já praticados no planeta, é concordar com o estrangulamento cruel da atividade produtiva - especialmente dos pequenos e médios -, é aceitar, com tranqüilidade, o fato de os "spreadadores" crescerem ao nível obsceno de 80% ao ano - sem procurar entender por que o grande dramaturgo Bertolt Brecht já se fazia a pergunta:
"Qual o maior crime, assaltar um banco ou fundar um banco?"Reeleger é absolver os que têm jogado fora a maior das oportunidades propiciadas pela expansão e desenvolvimento do mundo, é aceitar um nível de crescimento ridículo que só nos situa à frente dos que sempre foram os mais miseráveis do continente, é continuar engolindo uma estupidez diplomática que dá tudo e não recebe nada em volta, sacramentando uma política de bajulação esperançosa de resultados (que nunca chegam), com base em cessões crônicas (nossas) respondidas por rejeições agudas (dos outros).
Reeleger é concordar, em gênero, número e grau com a esmola oficial - de objetivos claramente eleitorais - ofertada a milhões de famílias, o que tanto humilha quanto vicia, retirando de mentes desinformadas e deseducadas o que lhes resta de entendimento e sentimento quanto à digna conexão entre o esforço do trabalho, da produção, e a respectiva remuneração, capaz de prover,
com autonomia, o justo alimento familiar - e o desenvolvimento, pela via insubstituível da educação e da cultura.
Reeleger é absolver os responsáveis pelo descontrole oficial e continuado das ações de exploração predatória e devastação de nosso meio ambiente, é dar apoio aos que pouco ou quase nada fazem para guarnecer nossas fronteiras e ainda não descobriram como implementar um sistema de combate eficiente ao crescimento avassalador do uso de drogas entre nossos jovens - o que, também, tem tudo que ver com a quebra de valores éticos fundamentais, que das esferas do poder desce ao tecido social para esgarçá-lo, de forma inédita em nossa Historia, visto que nada mais parece valer, moralmente, coisa alguma ante a impunidade irremovível da grande cambada de ladrões.
Reeleger é absolver os que não parecem muito preocupados com o fato de famílias terem de fugir para o exterior, submetendo-se a um exílio revoltante para livrar seus filhos de ameaças, porquanto tiveram a suprema coragem de não aceitar a versão absurda de "crime comum" que teria vitimado o ilustre parente assassinado, em episódio que revelou, com tragicidade indescritível - mas tranqüilamente aceitável por altas esferas -, a que ponto podem chegar os enlambuzados de corrupção na conquista e preservação do poder.
Reeleger, enfim - nas atuais circunstâncias -, é desistir de vez dos escrúpulos, da ética, da moral, do freio à ambição a qualquer preço, do apreço pela coisa pública, da majestade do cargo presidencial, do profundo respeito pelo trabalho, pelo idioma, pela cultura e pela democracia.
Mauro Chaves é jornalista, advogado, escritor, administrador de empresas e produtor cultural.
Brigas de casal podem fazer mal ao coração
Discussões podem afetar o coração da mulher e do homem de formas diferentes
Brigas de casal não resultam só em irritação e às vezes, lágrimas. Elas podem endurecer as artérias, de acordo com um estudo da Universidade americana de Utah. Mas o que causa o espessamento e a obstrução das artérias é diferente em homens e mulheres.
Nas mulheres, os problemas de circulação acontecem quando elas ou o parceiro demonstram hostilidade para com o outro. No homens, o problema é causado quando um dos dois quer controlar o outro. Leia mais.
A gente trabalha de verdade
Troquei os slogans.O que trabalha de verdade é um outro. Aqui é o do Brasil país de todos.De folga na base da Marinha na Restinga da Marambaia, no Rio, Lula (na foto sentado sem camisa na proa de lancha da Marinha) saiu para pescar na manhã desta segunda. Parecia animado. No rádio, o presidente disse que costuma ficar incomodado “quando tem um feriado prolongado de três ou quatro dias." O que o aborrece é o fato de "ter tanto tempo para descansar."
Primeira Leitura, 3 de março de 2006
A herança, o suspiro, a teoria e a bobagemPor André Soliani
Eu sempre achei, até esta quinta-feira, que o presidente Lula havia fracassado em produzir crescimento econômico devido à ausência de um projeto de desenvolvimento para o país. Fui pego de surpresa pela entrevista dele à revista britânica The Economist: a falta de crescimento econômico não é um fracasso da gestão petista, simplesmente porque crescimento econômico não é uma prioridade do programa de governo de Lula. “No Brasil, nós não estamos com pressa de fazer a economia deslanchar imediatamente”, esclareceu Lula, ao repórter da publicação.
Se a declaração de Lula foi sincera, por três anos ele me enganou. Acreditei que os resultados pífios eram por causa da incompetência. E agora descobri que não precisamos de crescimento. Que a competência lulista almejava os resultados que o país obteve.
Mas desconfio que a frase é mais uma desculpa retórica do presidente para esconder os erros do governo. Quando estourou o escândalo do mensalão, Lula passou a dizer para o eleitor que não havia opção, pois o sistema político brasileiro seguia o mesmo comportamento antiético. Agora, que ficou patente o fracasso petista na gestão econômica, Lula quer nos convencer de que não precisamos justamente do instrumento de desenvolvimento econômico e social mais eficiente, o crescimento. A estratégia petista é desqualificar as virtudes que não produz. Na política, a ética; na economia, o crescimento. A crônica das desculpas O candidato Lula de 2002 nos dizia que “o Brasil precisava voltar a crescer”. E ele vendia a idéia de que tinha tudo preparado para colocar o país nos trilhos do desenvolvimento sustentado. No documento Concepção e Diretrizes do Programa de Governo do PT para o Brasil, o futuro governo pregava uma tal de “A Ruptura Necessária” (o texto está disponível no link http://www.pt.org.br/site/assets/diretrizes.pdf). “Trata-se, pois, de propor para o Brasil um novo modelo de desenvolvimento economicamente viável, ecologicamente sustentável e socialmente justo”, resumia o partido.
Pois bem, o petista foi eleito e veio 2003. No primeiro ano de mandato, o país “que precisava voltar a crescer” teve uma expansão econômica de mísero 0,54%. Uma recessão, na verdade, pois o PIB per capita caiu quase 1%. O Brasil encolheu. Lula não perdeu a pose e tascou a culpa na tal da herança maldita.
Em 2004, o comportamento stop and go da economia brasileira estava no go. Crescemos 4,94%. Seria, sem dúvida, um excelente desempenho se não fosse apenas um suspiro. A turma petista ficou alvoroçada, e Lula anunciou que o país havia entrado num novo ciclo de desenvolvimento sustentável.
O presidente, apesar de não ter mudado em nada o modelo econômico que travou o crescimento brasileiro a partir de 1999, dizia que em 2005 o país cresceria pelo menos 5%. Desafiou, em discurso proferido em fevereiro do ano passado, “todas as teorias” que sugeriam desempenho mais modesto. Depois da herança maldita e do suspiro, a teoria venceu. A expansão foi de só 2,3%. Se for levado em conta o crescimento da população, crescemos 0,8%.
Os petistas não podem dizer que não sabiam que a política econômica levaria a um desempenho econômico pífio. No programa de governo, escrito na campanha, o partido e o candidato Lula afirmavam: “Nesse contexto, a estabilidade de preços – única prioridade do atual modelo econômico – foi alcançada com o sacrifício de outros objetivos relevantes, como o crescimento econômico”. Muito boa a análise. Continua atualíssima.
Enfim, chegamos à entrevista de quinta-feira na revista britânica. Depois da herança, do suspiro e da teoria, Lula quer nos convencer de que a média de crescimento de 2,6% dos três últimos anos é o caminho do desenvolvimento. Que não temos pressa. Eu tenho.
Mêdo de altura
Vertigem da altura
Faz tempo. Eu conversava com um amigo. Estávamos sobre o segundo patamar da escadaria da estação ferroviária em Nilópolis. No subúrbio pràticamente todas as estações têm uma travessia sobre a via férrea, que também dá acesso às plataformas onde param os trens. Cinco ou seis metros de altura têm essas travessias. Sùbitamente o amigo me falou: - Vamos sair daqui. Eu não gosto de altura!
Se fossem 20, 50, 100 metros até lhe dava razão!
Noutra oportunidade eu atravessava uma ponte na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Ía para a Faculdade de Engenharia acompanhado de um outro amigo. Este me confessou: - Quando atravesso essa ponte, sobre o mar, seguro fortemente meus livros. Porque me dá uma vontade incontrolável de jogá-los na água!
São medos, são fobias, são manias.
"Foi por medo de avião, que eu segurei pela primeira vez na sua mão," cantou Belchior. E você, tem medo de avião?
Não o avião abaixo, como se diz.
Me refiro à altura. Você está no plano superior, olha para baixo e sente o chão muito longe. Não é para se sentir um pouco desconfortável?
Cuidado, Profeta!
Vira essa boca pra lá!!
Olha aí!
Tevez marca, mas não impede derrota da Argentina para Croácia
Basiléia (Suíça) - Primeiro adversário do Brasil na Copa do Mundo da Alemanha, a Croácia aprontou em cima da Argentina nesta quarta-feira, na última data Fifa antes do Mundial. Em um jogo marcado pelas viradas no placar e até por um gol do atacante Carlitos Tevez, do Corinthians, os croatas saíram de campo com a vitória por 3 a 2 sobre os sul-americanos, em amistoso disputado na Basiléia, na Suíça.
Território livre do MST
Questão Agrária
Fazenda Coqueiros é invadida pela quarta vez
Área de 7 mil hectares foi tomada por quase 2 mil sem-terra
MARIELISE FERREIRA
Jornal ZERO HORA, de Porto Alegre
Em menos de dois anos, a Fazenda Coqueiros, área de 7 mil hectares em Coqueiros do Sul, sofreu a quarta invasão, ontem. Quase 2 mil manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a área no município do norte do Estado. Antes da invasão, uma viatura da Brigada Militar foi retida, teve os pneus furados e a lataria riscada. Além das tradicionais barracas de lona preta, o grupo ergueu construções de madeira e montou uma estrutura que inclui caminhão-pipa e um carregamento de alimentos. O grupo pede a desapropriação da área. A maioria das famílias pertencia ao acampamento montado em outubro às margens da RS-406, em Nonoai, e retirado em 23 de fevereiro. A mobilização dos sem-terra começou logo após a meia-noite de segunda-feira, em acampamentos e assentamentos de todo o Estado. A BM monitorou os grupos depois de um ônibus ter sido visto deixando um assentamento de Não-Me-Toque. Por volta das 4h de ontem, dois PMs que faziam ronda próximo ao acampamento mantido desde abril de 2004 em Coqueiros do Sul também perceberam a chegada dos ônibus, mas foram impedidos de comunicar a invasão iminente. Cerca de 50 manifestantes cercaram o carro da BM e rasgaram os pneus com foices e facões. Conforme o sargento José França, 36 anos, que dirigia o carro, o grupo ainda explicou a ação: - Eles arrancaram o microfone do rádio, pegaram as baterias dos celulares e avisaram que era só para não conseguirmos segui-los de imediato. Segundo os PMs, o grupo riscou com um facão a lataria do carro, escrevendo as iniciais MST. Os policiais ficaram retidos até as 7h30min, quando mais de 30 ônibus e caminhões deixaram o acampamento em direção à fazenda. Eles entraram por um acesso lateral, a 500 metros da sede, ocupando a área onde fica uma serraria. Os funcionários foram despejados pelos manifestantes. O major Aderli dal Bosco, do Batalhão de Polícia Militar de Carazinho, disse que a BM vai monitorar o local para garantir que não ocorram conflitos. Chamou a atenção dos policiais o fato de os manifestantes montarem barracos de madeira e não de lona como fazem normalmente. Toneladas de alimentos e até um caminhão-pipa foram levados à propriedade. Ana Soares, 24 anos, que ajudava a coordenar a montagem das estruturas, disse que o grupo não pretende sair da área.
- Nossa estrutura é para ficar até que o governo indenize o proprietário e assente as famílias - disse ela.
O que dá a essa moça tanta segurança para fazer essa afirmação? A certeza da impunidade? O desinteresse da autoridade?
Fernando Ignacio Cardoso da Silva
O Gerson, o canhotinha, comentarista esportivo da Globo, quando julga os craques ou pernas-de-pau de uma partida, costuma criar personagens híbridos, pelo nome, lógico. Está fazendo escola.Fernando Ignacio Cardoso da SilvaELIO GASPARIO crescimento da economia brasileira em 2005 ficou em 2,3%. Número haitiano, abaixo dos 5 % inventados por Lula, dos 4% prometidos pela ekipekonômica e dos 3,7% estimados pelo FMI. À primeira vista, o desempenho do Nosso Guia documenta o fracasso da nação petista. Isso não é verdade, nem tem tanta importância.
A estagnação econômica do Brasil é suprapartidária, produto de uma ekipekonômica que muda de cara sem mudar de idéia e de governantes que mudam de idéia sem mudar de cara. Em maio de 2003 Lula prometeu o “espetáculo do crescimento”. Em março de 2000, FFHH prometera que “daqui por diante é desenvolvimento, bem-estar e prosperidade”.
Eram apenas animadores políticos. Têm hábitos diferentes, mas são a mesma coisa. Petistas que praguejaram contra FFHH e tucanos que praguejam contra Lula estão iludidos ou querem iludir os outros. Trabalham pelo predomínio da banca sobre a fábrica.
Mormon
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos DiasOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.O texto a seguir é o resultado de uma pesquisa feita para satisfazer minha curiosidade em saber o que pode ou não um mormon fazer.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é uma comunidade religiosa surgida no século XIX, de fundamentação cristã, com características restauracionistas. O nome oficial da igreja se refere à conversão dos fiéis, ou santos, à nova igreja, na última dispensação - de onde surge a referência aos últimos dias. O termo mórmon, geralmente usado para referir-se aos membros desta igreja, deriva do nome do profeta Mórmon, que é um dos autores e compiladores das escrituras que formaram o Livro de Mórmon, de onde vieram os fundamentos básicos da religião. Apesar de os termos mórmon e mormonismo serem aceitos pela própria igreja, a denominação oficial recomendada para os fiéis é santos dos últimos dias, ou a abreviação em português "SUD" e em inglês LDS (Latter-day Saints).
Nem o anfitrião está aguentando a geladeira
Patrocinador coloca seleção ‘numa gelada’ contra Rússia
Um compromisso comercial entre a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e uma de suas patrocinadoras oficiais, a Ambev, levará o Brasil a disputar um amistoso de baixo nível técnico com a Rússia , nesta quarta-feira, às 13h (horário de Brasília, com TV), no estádio do Locomotive Moscou. A seleção vai enfrentar, sob um frio intenso, um adversário que sequer foi à repescagem das eliminatórias da Copa do Mundo – ficou em terceiro no Grupo 3, atrás de Portugal e Eslováquia –, e está longe de qualquer título.
Pelo acordo, a Ambev tem o direito de organizar e agendar um jogo por ano da seleção. A empresa está interessada em incrementar a venda na Rússia de uma das cervejas mais populares no Brasil. Pelo amistoso, a Ambev deve receber em torno de US$ 1,5 milhão.