sábado, janeiro 21, 2006

Um grande democrata

Lá em casa quando alguém se nega a responder a uma questão ou a fazer qualquer tarefa e mesmo quando não se nega, respondendo ou fazendo, a outra pessoa quase sempre agradece dizendo:- Muito obrigado! Você é um grande democrata.
Isso, naturalmente, é uma grande brincadeira. Mas faz sentido. Vejam porque:

Há pessoas que são extremamente dedicadas às suas tarefas, principalmente quando da primeira vez. O funcionário novo é dedicado ao extremo. Conforme vai ficando antigo de casa vai pegando certas manhas e então começa a deixar a desejar. Em mil novecentos e oitenta e qualquer coisa fui convocado para trabalhar em uma seção eleitoral. Compareci à reunião dos convocados para receber as instruções e trabalhei depois como presidente de seção. Os trabalhos transcorreram normalmente.
Na eleição seguinte fui convocado novamente. Como já conhecia todos os procedimentos não compareci à reunião. O moço que tinha funcionado como meu primeiro secretário foi à reunião e se empolgou. Já que eu não estava "aceitou" ser nomeado presidente. E me comunicou que eu seria o primeiro secretário.
No dia da votação lá pelas tantas apareceu um cidadão com aspecto doentio, muito nervoso, com um papel na mão, pedindo urgência para votar. Só que aquela não era a seção dele. O presidente lhe explicou isso mas ele não aceitou. Saiu. E logo voltou, mais nervoso ainda, dizendo que se o seu título não servia para votar ali ele iria rasgá-lo. E foi o que fez.
O presidente, calmo, levantou-se, apoiou os braços na beira da mesa e projetou o corpo à frente para conversar com o maluco. Sim, era um maluco, um doente mental. E quando êle viu o rostinho do presidente exposto e, com o nervosismo de que se achava possuído, não titubeou: mandou um sôco que pegou em cheio na cara da autoridade. As meninas da seção, temendo também serem agredidas, entraram em pânico. Eu me preparei para enfrentar a fera, que no entanto foi embora. Voltou depois chorando acompanhado de uma pessoa, talvez o responsável por trazer aquele indivíduo doente que estava internado em uma casa de saúde, para votar. E disse que nós tínhamos rasgado seu título.
Tudo serenado, assumi os trabalhos enquanto o presidente se recompunha. Foi quando apareceu outro cidadão, não nervoso, mas muito apressado, também querendo votar. Expliquei que sua seção não era aquela. - Então onde era, êle quis saber.- Amigo, eu estou aqui confinado. Não sei de nada do que se passa lá fora. O senhor vai ter que procurar.
Êle me olhou um tempo e eu me preparei para outra sessão de porrada. Só que dessa vez eu iria bater primeiro.Mas esse não era maluco. E era até bastante politizado. Me olhou de baixo até em cima, engoliu em sêco e falou pausadamente:- Muito obrigado. O senhor é um grande democrata!
Moral da história: Pouca gente sabe o que é democracia. A maioria usa como lhe convém. Eu pessoalmente acho que é uma palavra vazia. Quem a emprega é que lhe agrega o valor. E há quem defina assim:- Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Pra não dizer que não falei de flores

Pra não dizer que não falei de flores, (não era assim que dizia a canção?), vamos alternar os desenhos dos nossos amigos da Aeronáutica com algumas fotos recentes feitas em um dos meus passeios semanais em busca do prazer. Prazer dos outros, diga-se de passagem, porque na verdade vou em busca dos queijos minas meia cura feitos em Paraíba do Sul - RJ. Tenho fregueses que os compram e até levam para Minas Gerais, que me desculpem os mineiros mas eu não tenho culpa de vender mercadoria excelente. Mesmo o dono do Sítio Solidão, em Miguel Pereira, que fabrica um queijo que é um filé, e cuja produção é colocada toda na Zona Sul do Rio de Janeiro (Barra, Leblon, Copacabana...), me disse certa vez que não sabia fazer um queijo igual àquele. Acho que êle também abastece a Confeitaria Colombo, aquela onde os velhinhos ficavam sassaricando na porta, como cantava a Emilinha Borba. Confiram: Sítio Solidao - http://www.sitiosolidao.com.br/
Esse meu queijo também já foi para os Estados Unidos. Vocês que viajam sabem como é difícil entrar lá com alimentos. Num descuido dos funcionários da alfândega a pessoa que levava os queijos moveu da mala não vistoriada para outra já vistoriada.

Mas...
Sim, as fotos!
Essa é a queijaria de Paraíba do Sul. Pequena. Só duas pessoas trabalhando, uniformizadas. Tudo muito limpo e organizado.

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Agora, a volta. Nesse dia peguei uma rota diferente. Desci em Miguel Pereira. Essa vista é do mirante em Governador Portela. Mal comparando é como estar voando a baixa altura. Muita amplidão, sem o ronco dos motores e pisando terra firme. Á propósito, uma de minhas irmãs, que algumas vezes viajou comigo, quando descíamos a serra de Petrópolis e chegávamos embaixo ela confirmava comigo: - Já estamos em terra firme???



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Aqui, parei o carro na entrada de uma fazenda. Evitei estacionar no acostamento (???), à beira do barranco. Perdi (ganhei) de dez a vinte minutos ouvindo o som do silêncio, examinando cada caminho de terra, cada casebre ao longo e uma construção no tôpo da serra, que na foto comum não se pode divisar. Uso um programa chamado ACDSee, que possui uma lente "mais" que aproxima uma figura indefinidamente, até o ponto em que se perde a definição tendo-se apenas borrões. Faz também o contrário com uma lente "menos". O ACDSee funciona como um Adobe Reader, sendo mais rápido, creio. Não sei como o Photoshop trata uma figura. Ou não me lembro. Pois bem, com o ACDSee pode-se dar um zoom nessa foto e examinar cada detalhe. Há duas casas no alto, no contorno da serra, do centro para a esquerda.


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Agora é chegar em baixo, tirar esta foto em Santa Branca, passar por Conrado, Mangueira, Japerí e chegar em casa.



terça-feira, janeiro 17, 2006

Álbum de Desenhos - anos 60

Cadetes da Força Aérea Brasileira

Reginaldo dos Santos
Data - 12/07/1961





















Paulo Calvino de Almeida
Data - 10/07/1961

Flávio de Oliveira Lencastre
Data - 14/07/1961



















Walter de Freitas Felinto

Data - 19/03/1960

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Álbum de desenhos - anos 60




Tinta - lápis n. 2 preto
Retratado - José de Souza Silveira
Data - 19/03/1960






















Tinta - lápis n. 2 preto
Retratado - Eolo Spiridião do Rego Barros
Data - 10/07/1961

Álbum de desenhos - anos 60



Papel - folha de classificador
Tinta - lápis n. 2 preto
Retratado - Wilson Luiz Ribeiro
Data - 18/03/1960
















Papel - papel branco indefinido
Tinta - caneta esferográfica
Retratado - Luiz Bernardini
Data - 19/07/1961

Em 1964 eu trabalhava na Rheem Metalúrgica, em Cordovil - RJ. Mostrei o desenho à esquerda a dois colegas que moravam em Bonsucesso. Eles disseram: - Conhecemos esse rapaz. Ele é lá de Bonsucesso.




Papel - caderno de desenho
Tinta - lápis n. 2 preto
Retratado - Luiz Lailo Silveira
Data - 24/02/1960

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Eu estou em cima do muro

Hoje não estou de bom humor. Não quero dar opinião. Estou literalmente em cima do muro. Só quero jogar no ventilador. Vejam vocês.

Muralha da China

Ex-Muro de Berlim

Muro Israel-Palestina

Muro do Império

Fica o espaço para quando houver fotos ou desenhos dos muros da Linha Vermelha e ou da Linha Amarela.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Isto é incrível ou, acredite se quiser!

Segundo o Silvio Santos, isto é incrível. Segundo Jack Palance, acredite se quiser. Há duas semanas só bebo água mineral. Pois é, pois é, pois é, como diz o Chaves, o do SBT, não o da Venezuela. Este só diz que o Bush é o verdadeiro terrorista, no que estou completamente de acordo. Complementado pelo Evo Morales que faz côro. Complementado pelo Maradona que é amigo do Fidel Castro. Bush é o terrorista de Cuba. Não só ele. Quanto tempo tem esse embargo criminoso? Os Estados Unidos são contra o povo de Cuba ou contra Fidel? Muita gente acha que Fidel é um criminoso. O que acham do Bush? O que acham do Sharon de Israel? Tudo é questão de ponto de vista. Gosto mais da Sharon Stone. Ou da Sharon Isbin, uma violonista maravilhosa.
Estava só na água mineral. Mas hoje passei pelo Prezunic, loja nova aqui em Nilópolis. Olhei os queijos. Há queijos maravilhosos. O parmesão Skandia. R$ 49,00 o quilo. Queijos Boa Nata. Queijos Vitória. Eu tenho preços melhores dessa marca. Depois fui aos vinhos. Periquita. Dezoito e poucos reais. Bom preço. Aí vi um Gato Negro, chileno. Nunca bebi vinho chileno nem argentino. A hora é essa. Me desculpem. Não posso beber esse vinho na cara dura. Tenho um pouco de carne assada que sobrou de ontem e um pouco de churrasco que sobrou do ano novo. Um calor no micro-ondas. O Gato Negro não me parece grande coisa. Mas à medida que bebo ele vai se revelando. Realmente é um bom vinho. Será que essa impressão já é o efeito do vinho? Não sei. A garrafa já acabou. Em matéria de vinho eu adoto a política de terra arrasada. Mas amanhã, certamente, eu estarei de volta à água mineral.