sábado, junho 24, 2006

Obras invisíveis

Jorge Cordeiro Leite (Deputado Jorge Leite) nasceu no Rio de Janeiro em 1930. Formou-se em direito pela Faculdade Estácio de Sá. Foi eleito para a Assembléia Legislativa em 1970 pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), renovando o mandato em 1975 e 1979. Enfim, teve uma longa trajetória política. Foi nomeado em 1993 secretário estadual da Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia no governo de Leonel Brizola.
Nas eleições de 1996 elegeu-se vereador pelo Partido da Frente Liberal (PFL). Sua pedra de toque eram as obras. Quando não havia verba ele reclamava: - O povo do Rio de Janeiro não pode ficar sem as obras. Mas não era por causa do povo, evidentemente. As obras eram um marco visível para caracterizar sua atuação política. Emissário submarino ou despoluição da Baía de Guanabara não eram com ele.Também de Brizola se dizia que fazia obras de fachada como os Cieps. Eram obras feitas à beira das estradas para aparecer. Primeiro que os terrenos para as construções das escolas eram atribuição dos governos de cada município. Segundo que não seria oportuno fazer um Ciep dentro da floresta bem escondidinho.
O Lula é o mago dos números. Não fez obra nenhuma. Apenas tira números da cartola, números que lhe vem à cabeça, que não pode provar mas que ninguém tem ao menos como desmentir. Está inaugurando pedra fundamental. Segundo o dicionário Houaiss, pedra fundamental é aquela que assinala, geralmente com solenidade, o início da construção de uma obra importante. Entendam, pedra fundamental de uma construção que não tem nem data para começar não está ainda no dicionário. Só na cabeça do Lula e de seus acólitos.
Mas existe melhor que isso. O Sr. Arthur Virgílio (PSDB – AM) falou no Senado: – "Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, chega a ser inacreditável, mas não é; parece brincadeira de criança, mas não é; parece brincadeira publicitária e é. Mais do que inacreditável, chega a ser
ridículo. Mas a verdade é que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, talvez cansado da frase pedra fundamental que adotou para inaugurar um monte delas pelo País, sem obra, só a pedra, inventou outra expressão para inaugurar obra que ainda não é obra. Ele pode até patentear porque a marca vai ser dele para sempre porque ninguém quer isso.
Contei qual foi o santo, conto agora o milagre. O Presidente da República Federativa do Brasil vai amanhã ao meu Estado para 'inaugurar' a primeira solda do gasoduto Coari-Manaus.
Presidente, tem dó! Não seja tão ridículo! Não lhe fica bem! Que história é essa de primeira solda?Este Plenário pode se estarrecer, mas o Presidente do Brasil vai pegar o Aerolula para ir ao Amazonas, às custas do dinheiro do povo, dar uma soldadazinha no futuro gasoduto, o que chegou a ser anunciado como inauguração. Por enquanto, é muito mais futuro gasoduto do que gasoduto. E agora, Lula vai lá. Só se for a inauguração da solda. Daqui a pouco ele, ou alguém – e aí eu vou repetir a Senadora Heloísa Helena– da chamada 'base bajulatória' inventa o Dia da Solda. Mais um feriado nacional."
Luiz Inácio pretende confrontar os 4 anos incompletos dele com os 8 anos do FHC. Para saber o que? Quem foi mais incompetente, mais entreguista, ou fez mais vista grossa para as safadezas do planalto?
Quem foi o pior? O intelectual da Sorbonne ou o engenheiro de obras invisíveis?

quarta-feira, junho 21, 2006

Sobre o respeito ao próximo

Cada macaco no seu galho

No reino animal os territórios são demarcados. Entre os domesticados, o cão e o gato urinam em postes, paredes, rodas de carros (que horror!) para sinalizar seus domínios. Pode haver problema se os limites forem desrespeitados. No mundo animal selvagem há problemas realmente. Na maioria das vezes um indivíduo é o chefe do grupo. Nunca há lugar para um animal invasor. Há brigas ferozes. Até os veados brigam.
Entre os humanos há muita tolerância desde que as coisas sejam feitas moderadamente. Não pode haver provocação. Já viu torcedor do Flamengo entrar uniformizado na torcida do Vasco? Vai sair nú. O mesmo acontecerá ao torcedor do Vasco dentro dos limites do Flamengo. Isso é considerado provocação.
Daí que um belo dia o Amaral Neto, ex-amigo de Carlos Lacerda, resolveu botar sua mesinha de panfletagem na esquina de Uruguaiana com Sete de Setembro, a 50 metros da sede do PDT, no Rio de Janeiro. Bem que poderia ter ficado mais longe um pouquinho. Porque não na esquina da rua da Assembléia? O resultado não podia ser outro. Os simpatizantes do PDT fizeram uma roda e não deram trégua ao bravo repórter e político que não teve alternativa a não ser ir embora, prometendo regressar protegido pelos seus "sobrinhos". Certa vez Amaral Neto apoderou-se de um microfone na Câmara e, não impediu, mas tumultuou o discurso de Carlos Lacerda, gritando repetidamente: "Não vai falar! Não vai falar!". Um dia ele teve que provar do seu veneno e acho que não gostou.
Depois veio o PT. Achou que a Cinelândia, próximo ao Amarelinho, era terra de ninguém. Mas o território já estava demarcado e se chamava Brizolândia. Marcaram um comício lá por pura provocação. Correu tudo em paz. No palanque eles tinham o som. Mas na "geral" houve muita gritaria e contestação. Afinal de contas os pedetistas estavam lá para apartear. E os petistas estavam muito nervosos. Até hoje estão nervosos, se bem que vez por outra a dança do mensalão (bailarina Ângela Guadagnin) queira demonstrar tranquilidade. O problema é que o
PT quer delimitar como seu todo o território do Brasil. Até podem. Desde que não roubem o fruto do trabalho dos verdadeiros donos do país: os brasileiros.

segunda-feira, junho 19, 2006

Não aos mensaleiros

Cláudio Abramo está com a campanha "Não vote em mensaleiro"

Não deixe que mensaleiros, sanguessugas
e implicados em crimes diversos
usem a eleição para escapar da Justiça.
Adote e divulgue esta campanha.

Irônicamente, quem lê o blog não vai votar em mensaleiro mesmo. O perigo são os pobres, os loucos, os analfabetos e as criancinhas a partir de 16 anos. Interessante seria divulgar essa campanha nos blogs e sites petistas que grassam como erva daninha. São os amigos dos amigos. Como se sabe, amigo não tem defeito: não rouba, não superfatura, não faz caixa 2, não recebe mensalão. Aliás, mensalão não existe. É fruto da estupidez tucana. Valerioduto também não existe. O PT cometeu erros sim, mas, segundo o Mercadante, isso não conta. Vale a folha corrida de cada um. E que folha corrida!

domingo, junho 11, 2006

Histórias dos amigos dos meus amigos

Você, que cometeu a imprudência de me contar alguma história sem nem ao menos me pedir segrêdo, não tema. Esta pode nem ser a sua história. Afinal tenho outros amigos dos amigos tão desmantelados quanto os seus amigos ou mais até..

Guarde segredo
Como já escreveu o inglês Aldous Huxley, após muitos verões "também o cisne morre". E após alguns invernos reaparecem as Histórias dos amigos dos meus amigos. Na verdade as histórias são dos amigos mas eu não quis ser muito direto. Usei o subterfúgio dos amigos dos meus amigos. E reaparece também o Seu Lalo, que já estava sedimentando.
Existem muitas lendas. Diz-se que se você quiser divulgar uma notícia com bastante eficiência basta procurar a pessoa certa, dizer-lhe do que se trata e... pedir segredo. Muitos não acreditam mas eu asseguro que é assim que funciona. Contou-me o Quenídio. O nome não é fictício, nem o personagem, Apenas o nome peguei emprestado. Quenídio era o pai da noiva de um colega da Refinaria Duque de Caxias, da Petrobrás. Estava lá no convite anexado no quadro de avisos da Unidade. Um gaiato antepôs um breve sufixo: ara. E ficou AraQuenídio. Uma maldade.
E assim é que o nosso presumido Quenídio tinha um fato novo para contar e escolheu a pessoa certa. Isso digo eu. Porque na verdade Quenídio pensou que o assunto iria morrer ali. Contou e pediu segredo. Não sabia que o Epaminondas - vamos dar-lhe esse nome - era a pessoa certa para ecoar a novidade. Não fez de caso pensado. Não se passaram dois dias e o Epaminondas volta ao Quenídio, conta-lhe o caso e... pede segredo.
- Mas seu f.d.p., disse o Quenídio, se eu mesmo te contei isso e pedi segredo! Na certa você espalhou na firma toda.
Então, meus amados, se tiverem um segredo, não contem a ninguém. Se quiserem divulgar, procurem o Epaminondas.