sábado, dezembro 31, 2005

Perigo iminente!

O blog do Josias de Souza é muito bom.
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/index.html
Abaixo uma das postagens.

Há na entrada do Palácio do Planalto um detector de metais. É como aquelas geringonças instaladas nos aeroportos. Não chega a impedir que ministros entrem para audiências com o presidente munidos de idéias perigosas. Mas serve para deter visitantes armados. Ou servia.

Observe bem a foto. Note que, a poucos metros de Lula, está sentado um senhor munido de um tipo de artefato contra o qual o esquema de segurança do Planalto vem se revelando ineficaz.

Vai aqui um modesto alerta aos responsáveis pela integridade pessoal do presidente da República: convém precatar-se também contra certas armas brancas. Depois da imprensa livre, a coisa que mais ameaça o petismo no momento é a bengala. Na dúvida, perguntem ao José Dirceu.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Quatro anos (dedos) de prosa

Do Dicionário de Folclore para Estudantes
http://www.soutomaior.eti.br/mario/paginas/dic_d.htm

Dedos
Os passatempos e as brincadeiras feitas com os dedos são muito interessantes. O nome dado aos dedos pelas crianças é de origem portuguesa: dedo mindinho, seu vizinho, maior de todos, fura-bolo, cata-piolho. As formas eruditas, usadas pelos adultos, são: mínimo, anular, médio, indicador e polegar. Tem a brincadeira feita com as criancinhas: "Dedo mindinho, seu vizinho, maior de todos, fura-bolo e cata-piolho. Depois toca-se na palma da mão da criança, perguntando: Onde está o bolinho que deixei aqui? O gato comeu, responde. Vai-se subindo pelo braço, cocegando e dizendo em cada parada: aqui descansou, aqui almoçou, aqui comeu, aqui parou e sobe-se até as axilas, fazendo cócegas: está aqui, está aqui. Outra brincadeira: toca-se em cada dedo da criança dizendo: "Este diz que quer comer; este diz não ter o que; este diz que vai furtar; este diz que não vá lá; este diz que Deus dará!" É com os dedos que se dá cafuné. Com os dedos é feita a brincadeira de cama-de-gato. Até na linguagem popular vamos encontrar os dedos na boca do povo, como na expressão: "Dei dois dedos de prosa com ele". O dedo indicador serve para mostrar a direção de uma rua, de uma casa, de uma pessoa, e também acionar o gatilho das armas de fogo. Os dedos tocam instrumentos de corda. Dizem umas pessoas engraçadas que a gente devia ter um olho na ponta do dedo indicador.

Lula: quatro anos é muito pouco

Em viagem a Macapá, onde visitou as obras de ampliação do aeroporto da capital do Amapá e inaugurou um hospital, Lula disse nesta terça-feira que o atual mandato do presidente da República, dos governadores e dos prefeitos é exíguo demais. "Quatro anos, para quem está governando, é muito pouco, mas para quem está na oposição é uma eternidade. Há sempre esse conflito", disse.

Na visita ao Amapá, Lula levou em sua comitiva o senador maranhense José Marimbondo de Fogo Sarney, eleito por aquele Estado.

Lula, pelo visto, quer cinco anos (dedos) de prosa. Isso ele não pode. Falta-lhe o mindinho. Ou seriam mais quatro anos??? Segundo ele, para quem está na oposição quatro anos é uma eternidade. Nisso ele está certo. A quase totalidade do povo brasileiro está na oposição e já está de saco cheio.
Quanto a estar fazendo campanha eleitoral irregularmente, ele faz questão de não errar sòzinho. Leva o senador maranhense (amapaense) consigo. Quanto à multa que lhe tem que ser imposta pelo tribunal eleitoral competente, alguém acha que como campeão da moral e da ética ele vai pagar, vai sair do seu bolso? Fica a pergunta.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Histórias dos amigos dos meus amigos

Você, que cometeu a imprudência de me contar alguma história sem nem ao menos me pedir segrêdo, não tema. Esta pode nem ser a sua história. Afinal tenho outros amigos dos amigos tão desmantelados quanto os seus amigos ou mais até..

No tempo em que não existia exame de DNA

Vocês sabem, meus personagens são fictícios. Não posso abrir as páginas do meu livro secreto. Primeiro porque se vocês soubessem de quem se trata, qual o habitante dessas mal traçadas linhas ninguém iria acreditar. É um doce de criatura. Tão bondoso quanto ingênuo. Mas um doce.de criatura. Segundo porque... porque mesmo? Não lembro mais. Ele também é muito esquecido.
Seu nome??? Vocês estão loucos. Personagem fictício não tem nome. Dêem o nome que quiserem. Eufrates, Pafúncio, Epaminondas ou até mesmo Tibúrcio. Não importa. O principal é o tema desta estória insólita.
Duas famílias. Há muita gente que não aguenta sequer com uma. Porém, acreditem, muitos há com duas ou mais famílias. Geralmente a segunda família é contida, mais dedicada ao prazer, nunca à procriação. Mas acontece. E aconteceu. A segunda família estava crescendo. Até que apareceu a dúvida. Será que essa criança é mesmo meu filho? E da dúvida sobreveio a indagação, a ânsia do esclarecimento.
- Benhe, essa criança é minha mesmo?
- Ué, porque essa pergunta?
- Não sei. Tô perguntando.
- Claro que é seu. Só com você que eu transo sem camisinha.

Histórias dos amigos dos meus amigos

Você, que cometeu a imprudência de me contar alguma história sem nem ao menos me pedir segrêdo, não tema. Esta pode nem ser a sua história. Afinal tenho outros amigos dos amigos tão desmantelados quanto os seus amigos ou mais até..

Atenção: aqui todos os nomes são fictícios. Senhor Antonio Silva, não é com o senhor. Poderia ser o Mário Lopes ou o Manoel Messias. O sujeito desta ação vai se identificar perfeitamente. Mas ele não me autorizou. Nada de nome do santo. Vamos ao milagre:

A ADEVOGADA

O Antonio Silva é uma pessoa muito meticulosa, mormente no que diz respeito a negócios. Daí que quando êle se propôs comprar um apartamento, tudo teria que seguir os trâmites legais. Contratou uma advogada para acompanhar todo o processo da compra, desde a leitura das cláusulas do contrato até (me permitam dizê-lo) não sabemos que altura do negociado.
Passaram-se os dias nas idas e vindas das consultas. Como estão as coisas? Que taxas tenho que pagar? Devo pagar isso? Devo pagar aquilo? Está tudo no prazo?
E foi então que a adevogada perguntou-lhe:
- Como é mesmo seu nome??
- Antonio Silva.
- Só isso?
- Só isso.
- E você não tem problemas com sósia???!!!

sábado, dezembro 17, 2005

Blog também é cultura

Ontem ganhei de um amigo e parceiro de vinho, também meu freguês de queijo meia cura, um Zanotto cabernet sauvignon. Esse vinho é da Vinícola Campestre, situada em Campestre da Serra, Rio Grande do Sul. Não sou adorador de garrafa cheia, ou seja, não sou colecionador. De sorte que hoje minha refeição teve por arremate esse vinho. Acabada a refeição e sobrando vinho, a solução foi pegar mais uma batatinha sautée para não beber de cara limpa porque vinho não pode sobrar.
Nossa parceria de vinho é o seguinte: ambos somos revendedores de vinhos. Às vezes ele compra, outras vezes compro eu. Podemos até conseguir melhor preço com uma encomenda maior.

Você também está aí com um vinhozinho?
E não tem o tira-gosto? Abaixo, a receita da batatinha.

Não existe termo pior que este: tira-gosto. Se você bebeu algo que peça um tira gosto, pra que bebeu?

Batata Sautée
Ingredientes:- 500 g de batatas - 1 1/2 xícara de água - 1 col. sopa de sal - 1 col. sopa de manteiga - 3 col. sopa de salsa picada
Preparo:

- Descasque as batatas e corte-as em cubos pequenos.
- Coloque-as na caçarola mestre cuca e acrescente o sal diluído em água, tampe e cozinhe por 16 minutos potência alta.
- Escorra a água, acrescente a manteiga e mexa, polvilhe a salsa e deixe descansar por 5 minutos.
- Sirva.


Comentários: Se as batatas forem miúdas prepará-las inteiras.
Grau de Dificuldade: Fácil
Temperatura: Quente
Tempo de Preparo: 5 min.
Tempo no microondas: 16 min.
Recipientes Utilizados: Caçarola mestre cuca
Rendimento: Serve 4 pessoas


Histórias dos amigos dos meus amigos

Você, que cometeu a imprudência de me contar alguma história sem nem ao menos me pedir segrêdo, não tema. Esta pode nem ser a sua história. Afinal tenho outros amigos dos amigos tão desmantelados quanto os seus amigos ou mais até..

Esse, nem Santa Edwiges salva.

Neste relato o personagem é anônimo. Não me deram o nome nem o sobrenome. Como no ditado popular, me contaram o milagre e não o nome do santo. A verdade é que o fulaninho devia e devia. Mais do que podia pagar. Mas devia a colegas de trabalho. Dívida pulverizada. Pedia um pouquinho a um, um pouquinho a outro, e mais outro, mais outro... Pagar como?
Surgiu então uma solução brilhante: no dia do pagamento haveria um sorteio entre os credores. O feliz sorteado receberia seus créditos (ou parte deles?!).
Daí que os dias de pagamento se transformaram em motivo de festa. Os credores do fulano levavam toda a família, as crianças e alguns levavam até os vizinhos. Quando saía o resultado do sorteio era gol de copa do mundo. Era uma gritaria geral. Os familiares do sorteado se abraçavam se beijavam. Alegria total.
Amigo e leitor, preste atenção. Isto não é obra de ficção. É uma história real.
Quem sabe se não é uma solução também para você? Vá sorteando aí o Ponto Frio, as Casas Bahia, etc, etc...

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Se você está com algum problema financeiro de difícil solução, peça ajuda à SANTA EDWIGES. Esta Santa é a Protetora dos Pobres e Endividados. Em todo o mundo, as pessoas sempre conseguem resolver seus problemas de ordem financeira, graças à intercessão de SANTA EDWIGES junto à N. S. JESUS CRISTO.

Santa Edwiges nasceu na Bavária, por volta do ano 1174. Aos 12 anos casou-se com o duque da Silésia, Henrique I. Foi mãe de seis filhos. Uma mulher marcada pelo sofrimento diante da morte, pois viu seus filhos morrerem um a um, ficando viva apenas uma filha, Gertrudes. Dedicou-se inteiramente ao serviço dos necessitados: protegia os órfãos e as viúvas, visitava hospitais, amparava a juventude carente, educando-a e instruindo-a na fé cristã, cuidando dos leprosos ... Quando seu marido morreu, ela se retirou para o convento, onde sua filha Gertrudes era abadessa. Passou os restos de seus dias na austeridade. Morreu no mosteiro de Trebnitz, no ano 1243.


Amigo, tenha muita fé, boa sorte ou ... sorteio!

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Para os amigos, tudo. Para os inimigos, a lei.

14/12/2005 - 23h18
Plenário da Câmara inocenta o deputado Romeu Queiroz no processo de cassação

O plenário da Câmara dos Deputados inocentou na noite desta quarta-feira o deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) no processo por quebra de decoro parlamentar e envolvimento no caso do "mensalão" aberto pelo Conselho de Ética da casa. Com isso, Queiroz fica livre da cassação de seu mandato.
O pedido que originou a abertura do processo disciplinar contra o deputado havia sido apresentado pelo PL.
Queiroz foi citado no relatório preliminar das CPIs dos Correios e do Mensalão como um dos beneficiados pelos saques feitos nas contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de alimentar um esquema de caixa dois em diversas campanhas petistas.

Em discurso de defesa emocionado, Queiroz alegou não ter se beneficiado dos recursos, que teriam sido usados para financiar campanhas do PTB em Minas Gerais. "Não pensei que o dinheiro tivesse má origem. Ele teve um doador certo, que era o PT, e um destino certo, o PTB. A Lei Eleitoral permite doações entre partidos", argumentou.

Agora, a Câmara precisa votar os processos de mais 11 envolvidos no escândalo do "mensalão": João Paulo Cunha (PT-SP), João Magno (PT-MG), José Janene (PP-PR), José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA), Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Vadão Gomes (PP-SP) e Wanderval Santos (PL-SP).

Conclusão: A votação apurou 250 amigos, 162 inimigos e 31 indiferentes (8 em branco, 22 abstenções e 1 nulo). É para isso que vão convocar o Congresso agora no recesso? Segundo Queiroz a Lei Eleitoral permite doações entre partidos. E permite também acreditar em Papai Noel.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

III Concurso Internacional de Humor

Tema: Planeta Criança


TEMA CRIANÇA SURPREENDEU

Considerado uma competição de alta qualidade pelos jurados envolvidos na discussão e votação final, o Festival conseguiu bater todos os recordes de participação na América Latina e já se encontra, em sua terceira edição, dentre os maiores do mundo. O tema suscitou, na maioria dos artistas participantes, a gritante diferença entre o que uma criança carente deveria ter de direitos à vida e as poucas que realmente tem essa sorte.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Quem é o responsável por isso?




Dia 9 de dezembro de 2005. São 6:30 hs em Mendes, Rio de Janeiro.
Acabo de sair do Banco do Brasil onde saquei uma graninha para saldar uns compromissos.
A linha do trem fica a 50 ou 70 metros dalí. Aproveito para imaginar a foto acima. O silêncio da hora contribui para aumentar minha nostalgia. Não há trem algum. A rede elétrica foi toda retirada. Ficaram os postes. O Barrinha, trem que fazia o percurso Barra do Piraí-Japeri foi assassinado.
Quem é o responsável por isso?
Ninguém se interessa por este assunto. Aliás, não somos país atrasado como a Itália, Japão, França, Inglaterra, etc. Eles é que precisam desse bonde!

Pedido de Desculpa


Será que é um marco turístico?
Será que está lá há algum tempo?
Que bom que é a democracia!

Maré baixa

Tenho estado em grande silêncio. Falta de assunto ou de tempo? Talvez de tempo.
Para quebrar o gêlo deixo duas notícias, que não são "news". Muito pelo contrário. Mas como muita gente não viu e é de interesse geral, aqui vão!

Telefone na Net
Deu no “New York Times”, jornal de um país pobre, onde a população busca meios de falar ao telefone livre de impostos, pagando tarifas desprezíveis: o principal serviço de telefonia por meio da internet (também conhecida como “Voz sobre IP”) registra 155 mil novos clientes a cada dia. Eles já são 33 milhões. Grandes operadoras como a ATT e a Comcast oferecem essa tecnologia. Todas exigem que o cliente se registre e cobram pelos seus serviços. No Brasil, país riquíssimo, o governo e as grandes operadoras de telefonia não querem nem ouvir falar nesse assunto. Por.Elio Gaspari, 27/3, n'O Globo

Seu Bolso Tarifa de rico, bolso de pobre
(...) A população mais pobre do Brasil, com renda de apenas um salário-mínimo (R$ 300) por mês, é a que mais sente o peso da cobrança mensal da assinatura de telefonia fixa que, em média, é de R$ 39. No bolso desse consumidor, ter telefone em casa significa gastar em média 13,1% do orçamento para ter acesso ao serviço. Do jornal O Globo, 31/7..[+]

quinta-feira, dezembro 01, 2005

A Fase Poética

No curso ginasial, com 14 ou 15 anos, eu já me destacava nas aulas de português. Certa vez o professor pediu uma redação com o título: uma notícia triste. Levei no dia seguinte. Êle não acreditou que eu tivesse sido o autor. Perguntou se eu tinha sido "ajudado" pelo papai ou pela mamãe. E leu meu trabalho para a turma. Eu lia muito Humberto de Campos e Eça de Queirós. Toda semana pegava um livro na biblioteca da escola. Porém gostava mais de José de Alencar. E acho que até copiava o estilo desse escritor. Quando o professor lia meu trabalho na classe eu achava que êle estava lendo José de Alencar. Até que um dia o professor me perguntou se gostava de poesia. Falei que não, que era uma coisa muito melosa.
- Mas de um soneto de Machado de Assis, de um Antero de Quental, você gosta?!
Falei que sim para encerrar o assunto.
Na Escola de Aeronáutica continuei lendo. Após as aulas ia para a biblioteca. Mas aí já era Aldous Huxley, Graham Greene, Erich Fromm, muito Machado de Assis e Tomás Antonio Gonzaga. Gustave Le Bon ("A Psicologia das Multidões"), Jean Paul Sartre ("A Idade da Razão") e Marcel Proust ("À la Recherche du Temps Perdu").
Sempre achei difícil escrever. A ficção é um dom, depende do talento e não da transpiração, do esfôrço. Preferi um caminho que julguei mais fácil: a poesia. E cometi alguns sonetos. Aqui estão dois deles.

Primeiro

Será que eu hoje ao menos pensei nela,
Mesmo de um modo vago e momentâneo,
Ou, simplesmente, suprimi do crânio
Tão meiga imagem de mulher tão bela?

Será que eu hoje já nesse descuido
Me abandonei qual leve pluma ao vento?
Talvez, porque meu débil pensamento
Parece imerso num estranho fluido...

Porém é cedo. Nem ainda o sol
Deixou seus raios darem luz ao dia,
Ainda o mundo dorme e todavia
Creio ter visto há tempos o arrebol.

Pois pensar nela traz-me tal engano
Que um só momento mais parece um ano.


Segundo

Nem pude ao menos dedicar-lhe um verso.
Por que motivo? Nada se condena!
Mas é que ao ver meu estro tão disperso,
De que maneira correria a pena?

As impressões se deixam no papel
Como se deixa vir o riso aos lábios,
Mas se a tristeza cobre o próprio céu
Não riem nem os parvos nem os sábios.

Assim estando pobre o pensamento,
Vazias as palavras, longe a graça,
Pensei: melhor deixar ir-se o momento,
Talvez um outro bem mais fértil nasça.

Minh'alma então liberta de motivos,
Dar-lhe-á os versos mil que traz cativos.