quinta-feira, dezembro 15, 2005

Para os amigos, tudo. Para os inimigos, a lei.

14/12/2005 - 23h18
Plenário da Câmara inocenta o deputado Romeu Queiroz no processo de cassação

O plenário da Câmara dos Deputados inocentou na noite desta quarta-feira o deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) no processo por quebra de decoro parlamentar e envolvimento no caso do "mensalão" aberto pelo Conselho de Ética da casa. Com isso, Queiroz fica livre da cassação de seu mandato.
O pedido que originou a abertura do processo disciplinar contra o deputado havia sido apresentado pelo PL.
Queiroz foi citado no relatório preliminar das CPIs dos Correios e do Mensalão como um dos beneficiados pelos saques feitos nas contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de alimentar um esquema de caixa dois em diversas campanhas petistas.

Em discurso de defesa emocionado, Queiroz alegou não ter se beneficiado dos recursos, que teriam sido usados para financiar campanhas do PTB em Minas Gerais. "Não pensei que o dinheiro tivesse má origem. Ele teve um doador certo, que era o PT, e um destino certo, o PTB. A Lei Eleitoral permite doações entre partidos", argumentou.

Agora, a Câmara precisa votar os processos de mais 11 envolvidos no escândalo do "mensalão": João Paulo Cunha (PT-SP), João Magno (PT-MG), José Janene (PP-PR), José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA), Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Vadão Gomes (PP-SP) e Wanderval Santos (PL-SP).

Conclusão: A votação apurou 250 amigos, 162 inimigos e 31 indiferentes (8 em branco, 22 abstenções e 1 nulo). É para isso que vão convocar o Congresso agora no recesso? Segundo Queiroz a Lei Eleitoral permite doações entre partidos. E permite também acreditar em Papai Noel.