quarta-feira, junho 21, 2006

Sobre o respeito ao próximo

Cada macaco no seu galho

No reino animal os territórios são demarcados. Entre os domesticados, o cão e o gato urinam em postes, paredes, rodas de carros (que horror!) para sinalizar seus domínios. Pode haver problema se os limites forem desrespeitados. No mundo animal selvagem há problemas realmente. Na maioria das vezes um indivíduo é o chefe do grupo. Nunca há lugar para um animal invasor. Há brigas ferozes. Até os veados brigam.
Entre os humanos há muita tolerância desde que as coisas sejam feitas moderadamente. Não pode haver provocação. Já viu torcedor do Flamengo entrar uniformizado na torcida do Vasco? Vai sair nú. O mesmo acontecerá ao torcedor do Vasco dentro dos limites do Flamengo. Isso é considerado provocação.
Daí que um belo dia o Amaral Neto, ex-amigo de Carlos Lacerda, resolveu botar sua mesinha de panfletagem na esquina de Uruguaiana com Sete de Setembro, a 50 metros da sede do PDT, no Rio de Janeiro. Bem que poderia ter ficado mais longe um pouquinho. Porque não na esquina da rua da Assembléia? O resultado não podia ser outro. Os simpatizantes do PDT fizeram uma roda e não deram trégua ao bravo repórter e político que não teve alternativa a não ser ir embora, prometendo regressar protegido pelos seus "sobrinhos". Certa vez Amaral Neto apoderou-se de um microfone na Câmara e, não impediu, mas tumultuou o discurso de Carlos Lacerda, gritando repetidamente: "Não vai falar! Não vai falar!". Um dia ele teve que provar do seu veneno e acho que não gostou.
Depois veio o PT. Achou que a Cinelândia, próximo ao Amarelinho, era terra de ninguém. Mas o território já estava demarcado e se chamava Brizolândia. Marcaram um comício lá por pura provocação. Correu tudo em paz. No palanque eles tinham o som. Mas na "geral" houve muita gritaria e contestação. Afinal de contas os pedetistas estavam lá para apartear. E os petistas estavam muito nervosos. Até hoje estão nervosos, se bem que vez por outra a dança do mensalão (bailarina Ângela Guadagnin) queira demonstrar tranquilidade. O problema é que o
PT quer delimitar como seu todo o território do Brasil. Até podem. Desde que não roubem o fruto do trabalho dos verdadeiros donos do país: os brasileiros.