quinta-feira, maio 18, 2006

Drama e comédia


Ontem assisti a um drama, o segundo jogo entre Vasco e Fluminense. Foi um drama para o Vasco. Hoje não sei se será um drama ou uma comédia. Pode ser um drama para o Flamengo ou uma comédia para o Ipatinga.
Mas no final acaba tudo descambando para a comédia. É costume os comentaristas esportivos desautorizarem um técnico após uma entrevista dizendo que ele viu outro jogo, isso pelas costas, lógico. Mas quem garante que algum mortal viu o jogo certo? Paga-se a determinadas pessoas para descrever o que você está vendo na televisão. Já pensou se no cinema pagassem a um idiota para comentar o filme a que se assiste? Nem no tempo do cinema mudo existia isso. Quando muito havia um pianista proporcionando um som. Aliás, eu proponho na televisão cortar comentaristas e locutor; deixar só a sonoplastia e os repórteres de campo. Esses comentaristas e locutores são pessoas que enxergam falta no que você viu (e foi) bola pela lateral, ou, ao contrário, lateral no que foi falta. Às vezes, depois do terceiro replay, reconhecem seu erro. São diplomados em uma complexa e estranha ciência, já que têm sempre uma aracnídea explicação para os lances mais corriqueiros, aqueles mesmos em que eles sempre erravam quando eram vivos. Depois vem a parte da estatística: o time tal tem 70% de posse de bola (está perdendo de 1 X 0). Esse mesmo time, nos escanteios, está ganhando de 40 X 3 (já levaram o segundo gol). O indigitado time já botou três bolas na trave. Nunca é demais ouvir o Skank: "Ô bola na trave não altera o placar / Bola na área sem ninguém prá cabecear / Bola na rede prá fazer o gol / Quem não sonhou em ser um jogador de futebol."
Só mesmo repetindo o dito da moda: ninguém merece!