sábado, julho 15, 2006

Cada louco com sua mania


Teria Napoleão algum traço esquizofrênico ou seria apenas o fato de alguém colocar o braço esquerdo dentro do casaco e se dizer Napoleão que relacionaria o nome a um ato insano? Não sei responder. Na verdade há quem se diga Jesus Cristo ou outros personagens menos carismáticos. Mas às vezes até um gesto meio unusual já nos faz pensar.
Eu tenho um amigo que lia o Jornal do Brasil, não sei se ainda lê; sua primeiríssima leitura era a seção de obituário. Lia a biografia de defunto por defunto, do primeiro ao último, fazendo uma análise tão criteriosa quanto simples. Diante dos que tinham falecido com uma idade inferior à sua dizia: - "Ganhei desse." Do contrário, dizia: Empatei ou perdi desse.
É um modo de encarar a vida, ou desafiar a morte, não sabemos. Eu não me preocupo com essa dicotomia morte-vida, ainda. Na minha idade ainda me considero apenas um observador desta senhora ceifadora da vida e não um dos seus cortejadores. Mas eu pensei: Essa análise em cima do muro dos que se foram não é de todo má. Com tanto ladrão na política brasileira, tanto malandro, tanto esperto, tanto falso inocente, como eu gostaria de ver seus nomes nessas colunas do além e poder dizer: A nação ganhou desses, os brasileiros ganharam desses, os homens de bem ganharam desses...